sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Web 2.0 e Eleições – Vamos fechar o Congresso?


Impactos do pensamento introduzido pela chamada web 2.0 nas Eleições


Feito por nós pra nós mesmos, eliminação de intermediários, construção do conhecimento por colaboração e as demais características que foram introduzidas pela web colaborativa têm reflexos diretos na forma como vemos a representação política indireta.


É chegada a hora de repensarmos o modelo atual de representação indireta levada a cabo pelos políticos.


Da mesma forma que praticamente eliminamos a necessidade de especialista dicionarista para elaboração de um dicionário mundial, a wikipedia, com a construção colaborativa, seremos capazes de começar o processo de enfraquecimento e quiçá chegar a eliminação da necessidade de representantes políticos indiretos.


Realmente necessitamos de representantes intermediários para decidir todas as grandes questões por nós?


Hoje já somos capazes de decidir determinadas questões pelo voto direto, sem que haja atravessadores para nos representar.


Temos condições, por colaboração, de indicar propostas, seja por iniciativa popular ou outras formas criadas por nós mesmos, e pautar o que deve ser levado à votação.


Temos como propor plebiscitos e referendos sem políticos intermediários e, da mesma forma, votar diretamente essas propostas, ampliando a participação direta.


É o momento de decidirmos nosso futuro de forma mais direta.


Devemos, a exemplo de outros países,  praticar o voto diretamente pela internet.
Há algumas iniciativas nesse sentido, inclusive no Brasil:
Folha online de 4.3.2007: Governo lidera na Estônia em primeira eleição ampla pela Internet no mundo
ParanaOnline de 25.7.2010:  Os curitibanos podem votar em iniciativas de cunho popular através da internet
Outras notícias são anunciadas como esperança de que ocorram com mais frequência em futuro próximo:
Geek,com de 29.6.2009: Canadá pode ter eleições pela internet em 2013


Essas iniciativas tecnológicas, contudo, ainda sequer colocam em cheque a representação política indireta. 


A temática suplanta a mera tecnologia e invade questões culturais, existênciais e de confiabilidade.


A “cultura política brasileira” ainda exige que se compareça pessoalmente em ambiente controlado por instituição com credibilidade para votar. Imagine se cada um de nós pudéssemos votar e comprovar para terceiros interessados, no momento do voto, em quem estamos realmente votando. O brasileiro está preparado culturalmente para auto representar-se?


O ser humano naturalmente precisa visualizar outro semelhante como representante?


Qual será a instituição com credibilidade para propor e chancelar esse ambiente virtual?


A tecnologia existente é suficientemente madura de forma a atender aos requisitos e tornar esse ambiente controlado virtual necessário uma realidade? 


Queremos propor as questões a serem decididas e decidi-las sem os atravessadores. É relativamente fácil compreender a defesa da representação política da forma que se apresenta. É muito mais fácil exigir a contrapartida dos poucos representantes políticos patrocinados que de todos os representados – que somos nós – a sociedade. 


Web 2.0 nas eleições já:
O proposto por nós, decidido por nós e eliminação desses representantes políticos.


Ganhamos nós, a sociedade.